Crônica Sobre o
Fundamentalismo Religioso
Marco Antonio P. Tricerri
Expressão
máxima da intolerância e da interpretação literal dos
livros
sagrados que embasam as religiões monoteístas entre
outras.
O
fundamentalismo,este novo e crescente aspecto do mundo
pós
guerra
fria, ganha força no século XXI, gerando uma onda de
obscurantismo
e violência preocupante.
Ao longo
da história da humanidade, especialmente em épocas
que
antecederam a ciência e o racionalismo modernos, as
religiões
ditavam as regras e guiavam a civilização.
Eventos
como a inquisição, o dízimo obrigatório, a venda de
indulgências,
a perseguição ao pensamento científico, o
anti-semitismo,
a submissão da mulher, as cruzadas, o aval
da Igreja
ao colonialismo e ao racismo, e as diversas guerras
opondo
religiões contra religiões ( matando mais que todas as
guerras
políticas somadas ), foram frutos deste mesmo
fundamentalismo,
que ressurge na nossa época com uma força
avassaladora.
Atualmente a intolerância religiosa assume várias
formas de
acordo com as características e com a literalidade das
escrituras
sagradas das diferentes religiões. Nos EUA cristão, o
analfabetismo
científico cresce vertiginosamente. A decadência
do
pensamento crítico da maior parte da população
americana,
faz com que esta não possua ou distorça informações culturais
e científicas básicas, além de estimular o ódio contra outras
religiões. Por exemplo: Mais de 50% dos americanos acreditam
genuinamente em Adão e Eva, além de acharem que os dinossauros
conviveram com a humanidade e só morreram no dilúvio
pois não cabiam na Arca de Noé. No Oriente Médio muçulmano,
se vive uma Idade Média permanente,em que o ódio religioso
contra judeus e cristãos principalmente,é fomentado por radicais
islâmicos que provocam mortes e destruição por toda a parte,
obedecendo uma das máximas do profeta Maomé,impresso no
Alcorão: “ Converta o infiel, ou mate-o”. Em Israel, judeus
que se intitulam vítimas do holocausto, provocam um verdadeiro
holocausto palestino. Na África, religiões tribais que combatem
o avanço das religiões monoteístas, impedem a chegada de
remédios, vindos do ocidente,para suas populações enfermas,
pregando à estes que os remédios são malignos. Situação esta,
que não deve muito à religião católica que proíbe os preservativos
nas relações sexuais, e que ao longo da história, graças à sua
hostilidade a ciência, impediu o progresso na América Latina,
propagando a cultura da pobreza e da resignação de boa parte
de nosso povo impresso numa dasmáximas de Jesus Cristo:
“Mais fácil entrar um camelo por um buraco da agulha, do
que o rico entrar no reino dos céus”. Se a humanidade e as
religiões, não aprenderem com seus erros históricos, corre-se
o risco de entrarmos para uma nova era de trevas, uma nova
Idade Média, que talvez não veja a luz no fim do túnel.
Marco
Antonio P. Tricerri
Porto
Alegre RS
07/05/08