Companheira
Fernando José
Tricerri
Tenho
uma vida fragmentada...
Um verdadeiro quase tudo,
Um verdadeiro quase
nada,
Embaçam, num silêncio mudo,
Um ser corpo assim andante,
Um ser
alma assim errante ;
Na quietude, a alma domina
E, quando
triste, ferina
Esbraveja, chora faminta,
Te quer tanto, te pinta
Em
cores do espectro solar;
Ainda triste, mais que
isso,
Suplica um logo de alegria,
À Deus, à Virgem Maria,
Com
toda humildade no peito,
E, por fim, lá vem o jeito
De sentir um
novo viço;
Já alegre, ainda quietude,
Censuro, da alma, o resto
rude;
Mais te quero e teu amor,
Agradeço à Mãe e ao Senhor,
Ensaio a
nova partida
Rumo ao burburinho da vida;
Contam, os relógios, os
segundos,
Que ainda pouco, moribundos,
Me prenderam num parar.
Ouço
outros ruídos aos poucos,
Vem os instantes quase loucos,
Que sinto
imensos. Em te amar;
As tuas, em minhas mãos,
Um juntos, no
silêncio mudo,
Que sabe como falar;
As tuas, em minhas mãos,
Falam
lindo, falam tudo,
Até a gente se doar;
Já sou corpo que
delira.
Que te quer assim também.
É outra página que se vira,
Mas a
sensação se mantém.
É outra página que recomeça,
E o mundo e sua
pressa;
Alma e corpo, bens meus,
Eternamente serão teus.
As
penumbras frias dos fragmentos,
Levam as dores e seus lamentos,
Absortas
na verdade altaneira:
TE AMO, minha Companheira!
Fernando José
Tricerri
Porto
Alegre/RS